MY LIFE 2005
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AS IDEIAS DA MINHA VIDA
quarta-feira, 27 de Julho de 2005
P - Considera-se um homem de coragem?
R - Se alguma vez houve coragem da minha parte, não dei por isso.
Achei-me sempre um covarde, com medo de tudo e de todos.
Coragem talvez mas a nível do discurso que debitei e das palavras-tabu que afrontei no que publiquei.
Iatrogénese é um bom exemplo em ecologia humana e sindroma sísmico nuclear é outro exemplo em ecologia global e triângulo trágico o exemplo em ecologia do território português.
Não houve coragem na linguagem macarrónica que usei para manifestar o que odiava . O que pode parecer coragem ou ousadia é mais inconsciência dos riscos e foi quase sempre uma fuga em frente.
O ambiente e a luta pelo ambiente são terrenos movediços que eu tive sempre medo de enfrentar. E hoje mais do que nunca.
Sei que ninguém se confessa medroso ou covarde mas eu acho que aos 72 anos já não temos nada a ganhar ou a perder com a imagem que os outros façam ou desfaçam de nós.
Esse mito da imagem vai enfileirar ao lado de tantos outros da nossa «sociedade sem mitos».
Se houve uma obsessão permanente da minha parte foi a dos mitos que nos rodeiam. Em determinada altura (acho que posso precisar uma data mas tenho que ir à procura) os mitos que nos rodeiam foram mesmo o meio ambiente que primeiro e mais me interessou para erigir a minha própria ideia ecológica de ecologia: essa mania passou , creio eu, com a palavra «abjeccionismo» que devo ao Mário Cesariny e com que ele me honrou quando publicou a famosa antologia «Surreal-Abjeccionismo» (data de referência na minha vida em palavras).
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