sábado, fevereiro 23, 2008

EU SOU UM DELES

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De uma revista recolhida do lixo, transcrevo um texto do Jornalista Rui Pêgo sobre os nossos velhos miseráveis. Sem comentários.

««In revista «domingo», jornal «Correio da Manhã», 27 de Novembro de 2006

«FAZER O MÁXIMO

«Por Rui Pêgo

O país está encurralado. Portugal tem dois milhões de pobres, velhos na sua esmagadora maioria, desqualificados, irremediavelmente excluídos do futuro

«Jorge Sampaio escolheu os velhos para a sua última jornada presidencial. Não podia ter escolhido melhor. Os velhos são, certamente, a face mais sombria e miserável do país. E ao mesmo tempo a última reserva de equilíbrio, de estabilidade, de uma sociedade em transformação. São um peso tremendo para o Estado e, simultaneamente, muitas vezes, o único suporte sólido, estruturado, de filhos e netos. São uma força eleitoral temível mas socialmente irrelevante, sem uma efectiva capacidade de intervenção.

«Esta autêntica legião de doentes de doenças várias, quase todas crónicas, órfãos de afecto, que cresce a uma velocidade inquietante - dentro de menos de 50 anos o número de velhos será duas vezes e meia superior ao número de jovens -, está atascada em problemas: pobreza; nalguns casos extrema, iliteracia, também funcional, solidão. O país está encurralado. Portugal tem dois milhões de pobres, velhos na sua esmagadora maioria, desqualificados, irremediavelmente excluídos do futuro.

«Desgraçadamente, poucos responderam com consequência quando, há uns anos, o dr. Cavaco exortou a Nação a empenhar-se, garbosamente, na batalha da natalidade. Agora, com a crise, é muito mais difícil e capaz de ser tarde. De facto, desde 2000 que os velhos vêm a crescer em relação aos jovens até aos 14 anos; em 2004 já existiam mais de 108 idosos por cada 100 jovens desta faixa etária. Em 2050, estima-se, Portugal será o 4.° país mais velho da União Europeia. Como não se pode matar os velhos, como recorda Medina Carreira, a única solução para atenuar a gravidade desta realidade é crescer economicamente. O que, desgraçadamente, nós não temos conseguido. Também por isso, parece ainda mais importante a iniciativa do Presidente de querer inscrever o assunto na agenda política e suscitar um debate que ajude a encontrar soluções para quebrar o ciclo infernal que engole a maioria dos velhos: são excluídos porque são pobres e são pobres, cada vez mais pobres, porque são excluídos.

«A esperança pode estar no aumento da esperança de vida. E na chegada a este segmento da população de cada vez mais gente qualificada, com energia, capacidade de trabalho e sabedoria acumulada. Talvez esses novos velhos tenham o génio necessário para se manterem activos e arrastarem outros. Sampaio fez bem em dedicar-se aos velhos. Que, pelo visto, são o nosso futuro. E começou bem, o Presidente. Com uma mulher de 78 anos, feitos esta sexta-feira, que numa cadeira de rodas e há nove anos a viver sozinha, é o retrato de uma nova força que começa a despontar entre a "classe". A energia de Maria Helena Coelho, de Arroios, em Lisboa, perturba. "Procuro dentro daquilo que posso fazer, fazer o máximo", disse ela aos jornais. Sampaio comoveu-se. Também eu. Temos o futuro todo à nossa frente, é o que é!»»

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JÁ ESCOLHI

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quinta-feira, 3 de Maio de 2007

Já escolhi a especialidade que vou ter quando voltar na minha 669 ª reencarnação (espero que seja mesmo a penúltima): geomancia egípcia, que agora se chama arqueoastronomia, ou astroarqueologia, outra forma (mais simples) de explicar (ajustar) a hipótese vibratória de Etienne Guillé.
O meu primeiro e próximo DVD, da colecção «Banalidades de Base» que tenciono editar, será sobre estes itens. O segundo será sobre Etologia, a minha segunda especialidade quando cá voltar. Fica combinado. Desta vez e nesta reencarnação fui parar à ecologia, troquei o t pelo c. Porque afinal era mesmo Etologia a minha paixão.
Hei-de ser bom em alguma matéria, caramba!

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TUDO OU NADA 1991

1-1- bigmania> leituras> ficcoes>-3207 caracteres - [discurso aberto quase inventário] para leituras moraes – tese de 5 estrelas

A BIGMANIA CONTRA A GRANDE NOITE DO CAOS

12/5/1991 - A negra maré, o caos, a dissolução, o vazio, o mistério da origem e do fim, as trevas, que pode o ser mísero e mesquinho, o rasteiro mortal para não se desintegrar face ao nada?
Tudo o que ele tenta é contra o Terror Horror. O que ele procura -- na tortura e nas viagens, nas lutas e conquistas, nas novas e antiquíssimas tecnologias, na política e na electrónica -- é o que totaliza, unifica, contrai, uniformiza, ordena. O que lhe dá, enfim, a ilusão temporária de eternidade.
De oceano infinito. De superfície espelhada, uniforme, sem rugas.
A ideologia consumista tenta responder a essa necessidade premente, a esse permanente horror de um confronto, de um frente a frente com o vazio, de cada um consigo mesmo, quer dizer, com Deus, quer dizer, com a Morte, o Nada, o Infinito, o Caos, o Universo, pela proliferação infinita de gadgets e objectos.
Hitler respondeu com a ideologia do sacrifício e da totalidade totalitária, com o ideal rácico e patriótico, capaz de abranger semanticamente uma fatia do real que imita, a olho nu, a Realidade.
Marshall Mac Luan respondeu com a Aldeia Global dos «media» electrónicos.
Salazar respondeu com as Finanças assimiladas com a Nossa Senhora de Fátima e o Milagre da Pátria.
Gandhi respondeu com a resistência satiagrai ao invasor ocidental, branco e ateu. Britânico, essência de todos os horrores.
Pedro o Grande respondeu com as glórias da Grande Rússia que tinha a vantagem de ser, comparativamente a Portugal, efectivamente grande -- o que se diz imensa.
A Alquimia respondeu com a Transmutação do Chumbo em Oiro!
O ideal de Riqueza, Beleza, Longevidade, Poder responde, entre greco-latinos & anexos mediterrânicos, e seus cânones, na tentativa de substituir o Caos por uma Ordem, pequena ou média, formal ou visionária, mas ordem.
As ordens iniciáticas, as sociedades secretas, respondem, pelo rigor e pela disciplina, pela comida espartana, pela cama rija de palhas ao desatino do que fica de fora e é disforme, dissonante, inarmónico.
O mito do Preste João, do Graal, da Taça templária, responde com um simulacro de ordem à Desordem, de alma ao Vazio, de Deus ao Buraco Negro e ao vazio da Morte.
Religiões, Seitas, Publicidade, Propaganda, especialmente a Propaganda, os Media, a Aldeia Global respondem electronicamente à necessidade de um Éden, mesmo ilusório, mas de um Éden onde o gozo só por si faça sentido e não tenha do outro lado um Cancro galopante.
A expomundial 93, a Europália 91, o Centro de Belém -- mausoléu de todos os poderosos -- o Mercado Único 92, as Olimpíadas 92, a Expo 98, [---] respondem à necessidade metafísica de calar o Remorso do Primeiro Mundo que expolia o Segundo, o Terceiro e o Quarto mundos.
Os Óscares, o Nobel, o Pulitzer, o prémio Lenine [- - -]
A repressão sangrenta unifica no Curdistão, no Tibete, no Timor-Leste.
O Papa dá, por dois dias, por dois tostões per capita, a ilusão de pertencermos à mesma ordem, ao mesmo casulo protector onde as ondas do Caos vêm bater raivosas mas aparentemente com menos violência.

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