domingo, janeiro 27, 2008

MY LIFE 2005

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Terça-feira, 19 de Abril de 2005

Mais ou menos por esta data iniciei a escrita da minha autobiografia a que abreviadamente e para efeitos de título de file chamei my-life>.
Estou contente com a solução adoptada que me permite andar, no tempo, pra frente e pra trás. Vamos a ver.
Estive esta manhã a trabalhar na grande série karma-1-9>que já se encontra revista para o destino final em karma-gs-10>. Assinalo com o sinal + os files relevantes para serem citados em my-life>.■

HEMEROTECA AC 1950-2001

entrevistas-ac-bd= afonso – bibliografia doméstica - domingo, 4 de Agosto de 2002 – entrevista-testamento

1950- 2001 :ENTREVISTAS PUBLICADAS DE AC

01-03- 00 – Entrevista por Alberto Franco – Sociedade de Consumo é sinónimo de Tecno-Terror – In revista «O Consumidor» ( Março de 2001 )
57 – 08 – 11 – Entrevista por António Cabral – Convívio – Actividade nuclearista da cultura – In jornal «Ordem Nova» (Vila Real de Trás os Montes)
59-12-24 – Entrevista por José dos Santos Marques – Conversa com Afonso Cautela – In jornal «O Cávado», suplemento «Página 3», coordenado por Fernanda Bettencourt e Sérgio de Montereal ( 24/12/1959 )
60-02-25 – Entrevista por um redactor do «Diário de Lisboa» - Não voltarei a escrever sobre os livros dos outros – In «Diário de Lisboa» ( 25/2/1960)
60-04-00 – Entrevista por José António Moedas – O Movimento Nuclearista – In mensário «O Alentejo Ilustrado» ( - /4/ 1960)
60-04-01 – Entrevista por Máximo Lisboa – A lei é romper, desabridamente, contra tutelas abusivas – In quinzenário «A Planície», de Moura ( 1/4/1960)
69-10-05 – Entrevista por Miguel Serrano – Sobre a minha passagem na revista «Vida Mundial» - O texto ficou inédito
71 – 11-04 – Entrevista por José de Matos-Cruz – O Futuro do Futuro – In «Diário de Coimbra» (4/11/1971) suplemento «Juvenil», nº 37
71-05-27 – Entrevista por José de Matos-Cruz – Testemunho sobre o Zen – Este texto ficou inédito
71-06-09 – Resposta a um inquérito do «Diário de Lisboa» , secção «Vida Literária» - A (Nova) Crítica em Questão – In «Diário de Lisboa» (9/9/1971)
72-02-16 – Entrevista por um redactor de «O Século Ilustrado» - Macrobiótica e regime vegetariano – In semanário «O Século Ilustrado» ( 16/2/1972 )
72-03-12 – Entrevista de Gina de Freitas – Em Legítima Defesa - Secção «Janela Indiscreta» - In revista «Eva» ( Abril, 1972) – Não existe original
72-03-18 – Entrevista por Alfredo Canana – Quem pense em termos de futuro é um franco-atirador – In semanário «Jornal de Almada»
72-04-26 – Entrevista sobre a participação no júri da Semana de Cinema de Valladolid – Don Alfonso Cautela en el Festival de Valladolid – In «Boletim do Festival»
72-06-01 – Entrevista por Maria Teresa Horta – Sobre o tema do Fantástico – In «A Capital» ( 1/6/1972)
72-06-21 – Entrevista por António Augusto Menano – In Semanário «Mar Alto» (Nº 307, )
72-10-06 – Entrevista por Eduardo Olímpio – Poeta é o que contesta o mundo de ódio, morte e opressão - In jornal «A União», de Angra do Heroísmo
73-07-30 – 73-08-05 – Entrevista por José de Matos-Cruz – Acusações mais frequentes à Ecologia – In «Diário de Coimbra ( 30/07 e 5/8/1973 )
74-01-03 – Entrevista por José António Moedas – Defesa das Espécies ameaçadas (entre as quais a humanidade) – objectivo da iniciativa editorial – In «Diário do Alentejo»
74-05-14 – Entrevista por António Carvalho – Movimento Ecológico pretende descolonizar Homem e Natureza – In diário «A Capital» ( 14-5-1974)
74-11-21 – Entrevista por um redactor da revista «Reflexo» - 1º Encontro em Portugal do Movimento Ecológico – In revista «Reflexo» ( 21/11/1974)
75-00-00 – Entrevista por José de Matos-Cruz – Críticos de Cinema em Foco – In revista «Plateia» (dta indeterminada)
75-00-00 – Entrevista por José de Matos-Cruz – A crítica de cinema não é ofício – In revista «Plateia»
75-02-00 – Entrevista do jornal «Encontro», de Lisboa - Nós, Os Fósseis de Amanhã - In jornal «Encontro»
76-09-08 – Entrevista por um redactor do jornal «Nova Terra» – Luta de Classes, o Resto é Paisagem – In mensário «Nova Terra» (8/9/1976)
77-10-28 – Entrevista por um redactor do jornal «Podium» – Porquê este silêncio de Morte? – In jornal «Podium – Órgão de Informação Popular», de Paço de Arcos ( 28/10/1977 e 11/11/1977)
78-10-00 – Entrevista por António Cardoso – A Reportagem do Mês – Uma tarde com Afonso Cautela – In mensário «Medicina Natural» ( Outubro de 1978) – File < óbito-6>
79-05-23 – Entrevista por Maria Leonor M.C. Figueiredo, jornalista do «Diário de Notícias» - Planos para o MEP – O texto das perguntas e respostas ficou inédito ou talvez publicado num caderno da colecção «100 Dias»
81-03-00 – Entrevista de Francisco Teixeira da Mota – Falar de Ecologia – In revista «Arte-Opinião», de Lisboa ( Nº 14, Março-Abril, 1981) – Não existe original
82-03-00 – Entrevista de Carla – O que é a Ecologia? – In semanário «A Voz de Paço de Arcos» (Março, 1982)
82-06-00 – Entrevista por um redactor do jornal «A Batalha» - A Informação é essencial – In mensário «A Batalha», de Lisboa ( Junho, 1982)
94-11-14 – Entrevista por João Zoio – Para a Nova Idade de Ouro - In jornal « A Voz de Paço de Arcos» (Nºs 29/30, segunda série, 1994) – File
97-05-21 – Entrevista por Marta Leandro – Português não suave – In revista «Forum Ambiente» (Abril, 1996) – File «marta-1
99-10-00 – Entrevista por Joaquim Coutinho – Vencemos esta batalha e vamos ganhar a guerra – In jornal «A Voz de Paço de Arcos» ( Nº 85/86, Outubro/Novembro de 1999)

AC ENTREVISTADO 1950-1981

aaa-ml-et> link rápido ao file entrevistas>

quinta-feira, 26 de Maio de 2005

Encontrei e arrumei nesta pasta o file ++ entrevistas> com a paciente listagem das entrevistas que eu dei ao longo dos anos.
Está tudo arquivado em dossier Fercor azul, nº 129 (bola azul) «Ele entrevistado»
De registar que as mais recentes estão todas digitalizadas mas não as mais antigas. Não sei se algum dia o farei. Só se mo pedirem. Ou mesmo se mo pedirem.

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LEITURAS AC 2005

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4 de Julho de 2005

MAIS UM DIA NA CONTAGEM DECRESCENTE

«Chover no molhado»: é como leio «O Livro Tibetano da Vida e da Morte», de Sogyal Rinpoche, ed. Prefácio, com prefácio do Dalai Lama, 2 de Junho de 1992.
Para um maníaco-depressivo crónico, para um melancólico agravado como eu, vejo com certa indiferença e talvez irritação esta crítica que Sogyal faz aos ocidentais de não pensarem no momento imprevisto da morte prevista inevitável.
Não faço eu outra coisa, amigo Sogyal e não vejo que tenha adiantado grande coisa. O problema será francamente outro, se falho no caminho da iniciação.
Poderei situar em 1977 o meu contacto pleno com o budismo tibetano, na viagem aos Alpes e nos artigos que escrevi sobre a viagem e o Lama Kunzang Dorje.
Samsara foi uma palavra que entre outras aprendi, mas que já conhecia antes de conhecer a palavra.
Acho que nunca procurei perseguir outra coisa e pelos vistos sem resultados práticos: atingir o essencial para lá do acessório.
Há sempre uma causa que me distrai: nisso tens razão, Sogyal. Arranjo todos os pretextos para fugir à responsabilidade de encontrar o caminho iniciático. Para lá do místico que se me tornou exíguo , que se me ficou em S. Francisco e não chega. E agora? Para onde vou?
Em 1992, Étienne Guillé parecia ser o caminho definitivo. Mas tudo ruiu ou talvez não. Ficaram os metais e a alquimia da célula, a alquimia da vida não sei portanto se caminho às escuras para a iluminação. O Carlos Filipe viu melhor do que eu: ao usar, na minha biografia, a palavra compaixão, acertou no centro do meu centro espiritual.

O que eu próprio teria dúvida em aceitar - viu-o ele.
Menos sentencioso do que Krishnamurti mas igualmente psicomoralista, este amigo Sogyal quando promete a iluminação para todos: ele fala dos que se encontram atados aos apegos do samsara.
Mas até agora (página 62) ainda não vi que ele desse a receita aos que, perdendo todos os apegos (não chegando a querê-los) se queixam de a eles voltar para continuar a acordar vivos todos os dias.
Sogyal dirige-se à maioria dos «exaltados» seres que gostam disto. Mas nem sequer imagina os que não gostando disto precisam de recorrer aos livros como este e aos autores como este para entreter o tédio profundo de mais um dia na contagem decrescente.
Estou a falar com 62 páginas lidas.
Mas ainda tenho até à 477 para encontrar uma explicação, 477 páginas para adquirir a iluminação.
Nos teóricos da iniciação é o que me desespera : que eles descubram sempre motivos de esperança naquilo que é francamente desesperante nisto de existir.
Teimo em pensar que a iniciação ensinada por Sogyal não é mais uma ilusão a juntar às ilusões do samsara em que ele é perito!
Se a iluminação se merece, pode bem ser que eu não a mereça mesmo.
E nesse caso nenhum dos livros que coleccionei na rubrica -CI = ciência iniciática - me valerá de alguma coisa.
São apenas mais uma prateleira da minha mania coleccionista que me ocupa o vazio dos meus vazios.
Sinceramente, Sogyal, quando falas de vazio, não sei do que falas.

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LEITURAS AC 1950

1-2- aaa-ml-er2> 04-07-2005 9:38:35

«HISTOIRE DE LA FOLIE»: GRELHA DE PARTIDA PARA ERRÂNCIAS DA RAZÃO

«Olivier Costa de Beauregard admite que a palavra «paradigma» seja de Kuhn (Structure des révolutions Scientifiques) mas lembra que a ideia já está presente em Pierre Duhem » - diz Dominique Terré-Fornacciari, in «As Sereias do Irracional», pag-155
Para prosseguir a minha narrativa «Errâncias da Razão», encontrei há dias um bom ponto de partida: o reencontro com um livro que tinha há décadas (sem o abrir) nas minhas estantes: «Histoire de la Folie», de Michel Foucault.
Hoje, alguns dias depois, revejo outro ponto de partida, esse mais actual, de agora, e que traça uma panorâmica do que há para discutir entre razão e desrazão ou para lá e para cá das duas.
Intitula-se «As Sereias do Irracional», de uma senhora chamada Dominique Terré-Fornacciari, edição Piaget, 1993.
O Instituto Piaget dá-se ao luxo de manter uma colecção intitulada «Crença e Razão» - o que diz da importância do tema.
A autora retoma alguns dos tiques e tópicos habituais nos intelectuais de formação racionalista (a maioria) incluindo aquela má vontade tão conhecida contra os «esoterismos» e outros «irracionalismos».
Mas lá vai debitando algumas visitas necessárias para a gente ter o panorama da paisagem, o mapa do país «racionalista».
Autores e movimentos vão desfilando para ilustrar uma tese necessariamente pró-racionalista mas também, de acordo com os modernos requisitos, mais aberta a outros horizontes que ela até agora interditava sob o clássico alibi de anti-científico ou não científico.
Outra coincidência óbvia é que a epistemologia continua a não fazer tudo aquilo que diz que faz : a crítica da ciência e da tecnociência.
Entre os autores mais liberais, ela cita Henri Laborit, o tal que considerava o Etienne Guillé «ficção científica».
Tamanha gentileza não diminui a virtude principal de Laborit: uma certa autocrítica da arrogante razão, do arrogante cientifismo.
[Rubricas (códigos) afins de -ER (errâncias da razão) :
cc = contra a ciência
Files grandes séries a destacar:
episte-gs ]
Dominique já fala da «teoria do caos», a nova mania dos cientifistas e mais um óbvio ululante que eles descobriram.
Quem, senão eles, mais contribuiu para o caos?
Já o disse várias vezes e não preciso de ser «caótico» ou de ser universitário reconhecido para o poder afirmar: vantagens do ignorante. Certas coisas cheiram-se.
Dominique vai um pouco além da epistemologia engasgada de que é exemplo flagrante, em Portugal, o Boaventura Sousa Santos, idolatrado pela classe científica que o discute e promove.
Dominique recupera alguns ícones do tecno cientifismo arrependido mas principalmente alguns dos mais notórios e notáveis «polícias do pensamento».
POPPER
PRIGOGINE
HUBERT REEVES
JACQUES MONOD
GASTON BACHELARD
ALTHUSSER
HEISENBERG
CORNELIUS CASTORIADIS
LUPASCO
FRANÇOIS JACOB
ÉMILE DURKHEIM
GILLES LIPOVETSKY
Dominique chega pejorativamente a usar o sentido translato da palavra esotérico, quando, por exemplo, fala, citando Atlan, do «campo esotérico das matemáticas»
Claro que Dominique se (pre)ocupa dos clássicos irracionalismos que dão rótulos fáceis de «sobrenatural», «paranormal», «parapsicológico». Era inevitável.
Mistura Arthur Koestler ao corpo de «polícias do pensamento», o que me parece injusto e talvez abuso. Koestler conseguiu , talvez por uma perspectiva histórica que lhe relativiza os dislates da arrogância, entrar nos precursores do paradigma cósmico.
Virtude inegável de Dominique: não é discursiva nem prolixa. Se claudica no lugar-comum, passa rapidamente a outro e não chateia. Cita bem e vai contribuindo para o tal mapa da região.