DOIS CAMINHOS: UM SÓ DESTINO
DOIS CAMINHOS: UM SÓ DESTINO
Lisboa, 5/5/1993
Se estás aqui a escrever-te a ti próprio, meu caro Afonso Cautela, é porque as coisas não vão lá muito católicas. Já se sabe: estás entre dois fogos, ou antes, entre dois ventos, ambos poderosos, e não sabes onde cair morto.
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Enfim, faz-te pensar que estás fadado para um impossível trabalho de síntese e de diálogo. Deves muito ao budismo tibetano, mas deves também muito ao Pêndulo. Os teus guias, de um lado e de outro, sabem com certeza o que fazer. E aconselham-se de modo correcto.
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Deus! Deixa-me apenas morrer calmo e tranquilo. O que tu podes garantir, meu Caro Afonso Cautela, é que se deus escreve direito por linhas tortas - e não há dúvida que escreve - é disso que se trata nesta conjuntura e em outras semelhantes.
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