quinta-feira, março 14, 2013

ALBERTINE SARRAZIN NA BIBLIOTECA AC

terça-feira, 20 de Setembro de 2005
UMA VIDA IMPIEDOSA:
O DESTINO DE ALBERTINE SARRAZIN
Pelo que pude (não) ver na pesquisa do yahoo sobre Albertine Sarrazin, o destino dela continua igual ao que foi em vida: amarguradamente abandonada e esquecida. Graças à Feira de Velharias, em Paço de Arcos, fui descobrir o livro que na altura tanto me emocionou e de que perdera o rastro. «L’Astragale», que a Europa-América publicou, Janeiro de 1969, em tradução de Pedro Bom, com o título « Sem Piedade».
É um título que define bem a «impiedosa» vida de Albertine e aquilo a que hoje eu chamaria os seus nigredos que tanto me identificaram com ela quando a li e com ela compartilhei um destino no mínimo difícil para não dizer dramático e trágico.
Alinhei o seu nome entre os livros que, de há uns anos a esta parte, classifico de «viagens iniciáticas»: antes mesmo, sublinho, de ter encontrado Étienne Guillé e seu método de iniciação.
Aqui deixo a minha homenagem a um destino solitário e enigmático como o seu.
As palavras da contra-capa da edição portuguesa de «L’Astragale» são verdadeiras e creio que nada exageradas.
Sublinho:
«Albertine Sarrazin ficará na história da literatura francesa como a menos "literária" de todas as escritoras do seu tempo.
«Com efeito, a sua vida miserável e estranha, os seus infortúnios, a desgraça que sempre a perseguiu, já hoje, decorridos dois anos após a sua morte, fazem lenda por todo o mundo, e os livros que escreveu, fortemente autobiográficos, impõem-se como símbolos de uma época cruel e cega que estropiou os seus mais puros valores e os devorou numa voragem de loucura e de perfídia.
«Obra patética e superior, desregradamente livre, «Sem Piedade» é um dedo acusador dirigido à nossa consciência, um verdadeiro libelo de dimensões que excedem o próprio drama da jovem e infortunada escritora.»

Etiquetas: ,