domingo, março 01, 2009

PROJECTO AC 1987

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[«Vida & Natureza» : «Know-how» holístico em terapias leves, inédito e confidencial ] 


EXISTE UMA «ÁREA UNIFICADA» POR IDENTIFICAR?
ACTIVIDADES EM PORTUGAL DO MUNDO HOLÍSTICO

Factos que justificam um projecto de miniagência informativa

[Este texto foi redigido com vista à agência Infoplus, a quem nunca foi entregue: permanece, portanto, inédito ]


1 - Resumindo alguns dos pontos principais do relatório que hoje se apresenta[à Infoplus], lembro algumas das oportunidades que se desenham para um serviço informativo que eventualmente se criasse na «área unificada» das «ecoalternativas» de vida para os anos 90:
[-Apoio de Imprensa ao Forum Holístico Internacional, que já realizou dois congressos em Lisboa e continuará, todos os anos, a repetir o acontecimento;
-Apoiar e desenvolver secções de jornal como «Guia do Consumidor», «Grupos em Movimento», «Desabafe Connosco», etc.]
-Apoiar e desenvolver iniciativas como a de um Clube do Livro Holístico, à semelhança daquele que se realiza em França intitulado «Club du Livre pour Mieux Vivre»
-etc

2 - A delimitação de uma «área unificada», com uma designação temática sificientemente expressiva e rigorosa para se generalizar e cair no «ouvido» do grande público, não é tarefa tão académica nem tão gratuita como pode parecer aos desatentos.
Tem, pelo contrário, uma incidência directa de importância comercial: e o estranho é que ainda não tivesse aparecido nenhuma publicação especializada nessa «área unificada», capaz de corresponder ao público potencial que a procura.
Vários ramos. de várias ciências e sectores da vida económica, vêm convergir nessa área que, a criar um interlocutor mediático, correspondente a um sector de público vasto e coerente, dominaria simultâneamente a publiciadde relativa às actividades económicas desse campo unificado.
[Transmitir esta informação parece-me a melhor prova da minha confiança e boa vontade para com a Infoplus e o meu amigo Carlos Pina.]
Eis, para já, 5 palavras (sinónimas) para designar a «área unificada» que referi:
-Qualidade de vida
-Holística
-Ecoalternativas de vida
-Underground
-Ecologia Humana

3 - Para exprimir o mundo de actividades, ideias e acontecimentos que, embora emergentes na sociedade actual, não têm ainda, do ponto de vista noticioso, a cobertura correspondente, outras expressões além de «underground» podem ser indicadas, servindo algumas para eventuais títulos de prováveis publicações na área:
-Diálogo Leste-Oeste
-Diálogo Oriente-Ocidente
-Diálogo Holístico
-Holística em Diálogo
-Viver Bem
-Vida Prática
-Conforto e Segurança
-Energias humanas
-O corpo é nosso
-Vença a fadiga
 
4 - «Mundo holístico» chamei eu, à falta de melhor palavra, àquele campo (unificado) de actividades e acontecimentos que, embora importantes à escala mundial como área de actualidade noticiosa, permanece praticamente omisso dos «media» em Portugal, onde praticamente não se dá qualquer cobertura informativa aos acontecinmentos que se relacionam e têm como centro o «universo» individual e humano: 
-Segurança do utente e consumidor
-Direitos do Peão
-Profilaxia da Saúde (em vez do combate médico à doença)
-Direitos da personalidade
-Ecologia humana
-Técnicas apropriadas
-Comportamento
-Alternativas práticas de sobrevivência ao apocalipse tecnoindustrial
-Movimentos cívicos e sociais
-Grupos de luta ambientalista
etc
[Foram completamente infrutíferas as tentativas que fiz junto de organismos do Estado para criar uma pequena estrutura de redacção que funcionasse como «mini-agência» noticiosa para a «área holística», até agora «underground»: este título, aliás, chegou a ser sugerido para um provável boletim noticioso semanal.]
[O Instituto Nacional de Defesa do Consumidor e, mais recentemente, o Instituto Nacional do Ambiente (INAMB) foram dois dos organismos contactados: o primeiro respondeu negativamente à proposta que fiz, há cerca de quatro anos, quando iniciei n« A Capital», duas páginas semanais de «Guia do Consumidor»; o segundo nem respondeu, nem sequer achou interessante dar continuidasde a uma secção que, durante seis meses, mantive semanalmente a pulso no jornal « A Capital», intitulada «Grupos em Movimento», com notícias de 1ª mão sobre actividades dos grupos ambientalistas e outros.]
[Destas diligências, salvou-se a página n« A Capital», intitulada «Guia do Consumidor», que se publica todas as semanas desde 15 de Março de 1984 e que me tenho visto em apuros para aguentar, já que nenhuma estrutura de redacção consegui para apoiar a sua elaboração.]

5 - Existem, em arquivo, duas centanas de endereços relativos a organismos, revistas, jornais, escolas, grupos, clínicas que, em vários países que funcionam em vários países e que se indicam por ordem alfabética:
Alemanha Federal
Austrália
Canadá
Espanha
Estados Unidos
França
Grã Bretanha
Grécia
Holanda
Índia
Itália
Japão
México
Porto Rico
Sri Lanka
Suiça
O Brasil merece atenção especial, pois só ele regista mais de uma centena de endereços interessantes em todas as actividades ditas holísticas.
[Em 1986, na qualidade de jornalista interessado em questões ecoalternativas, contactei por carta-circular dezenas desses «pontos holísticos» e as respostas choveram, sem que, mais uma vez, tivessa havido hipótese de aproveitar e canalisar todo esse material informativo.

6 -[ Entre Maio de 1985 e Novembro de 1987, coordenei a redacção da revista «Saúde Actual, onde também não me foi dado sequer um redactor de apoio para a elaboração de notícias em 1ª mão sobre o abundante material, nacional e internacional, à disposição.
Mais uma vez se górou a possibilidade de pôr a girar a pequena máquina dita «mini-agência» de informação e de fornecer, através dela, noticiário regular, diversificado e em 1ª mão das actividades ditas holísticas e ambientalistas.]
Material de arquivo, servindo de apoio de rectaguarda (e eventual base a um banco de dados futuro...) à projectada mini-agência de informação holística ou ecoalternativa, tem estado várias vezes em risco de perder-se, por não ter alojamento onde armazenenar estantes metálicas, ficheiros, recortes, livros, revistas, jornais, fotos, gravuras, mapas, esquemas, que compõem esse material de arquivo...para uma mini-agência noticiosa que ainda não há...
Presentemente, o que resta desse material está de novo em risco de se perder, já que acabou a cedência de uma sala feita pelo PPM (renda de 15 mil escudos mensais) e na qual (sala) o material tem estado arquivado desde Junho de 1987.
Durante esse tempo foi possível realizar uma exposição documental (25 painéis) sobre os «15 anos do movimento ecologista», inaugurada no Forum Picoas, no encerramento do Ano Europeu do Ambiente, com a presença do Secretário de Estado do Ambiente e Recursos Naturais, e à qual - curiosamente - não compareceu um único orgão da chamada Comunicação Social, nos cinco dias que a exposição durou, ou se compareceu não houve praticamente uma única notícia. 
[Será que o nome de Afonso Cautela, acidentalmente ligado ao referido empreendimento, é assim tão malquisto, para que toda a Comunicação Social fizesse gazeta e até greve ( a inauguração da exposição coincidiu providencialmente com 48 horas de greve da redacção da Lusa...)]
6 - A interdisciplinaridade dos problemas ligados  à saúde e segurança do cidadão é teoricamente reconhecida mas nunca foi posta em prática. Uma revista ou agência noticiosa na área da saúde e segurança, poderia ser o lugar possível para pôr em prática essa interdisciplinaridade ou essa multiplicidade de disciplinas que convergem na saúde e segurança do consumidor. Podemos evidenciar essa multidisciplinaridade lembrando, por exemplo, o número de rsvistas afins que se publicam,  das quais, para já, e antes de uma lista exaustiva, se indicam algumas a título exemplificativo:
-«Prevenção no Trabalho» (boletim da DGHST)
-«Revista Portuguesa de Medicina do Trabalho»
-«Segurança»
-«Fogo e Técnica»
-«Interfarma»
-«Boletim
-«Boletim do Centro de Informação de Medicamentos»
-«Informar» (INDC)
-«Proteste» 

7 - Ao inaugurar, em 15 de Março de 1984, a página semanal «Guia do Consumidor», no diário «A Capital», referia-se a necessidade de «criar e arejar novos canais de intercomunicação entre consumidor «stritu sensu» ou o cidadão em geral e os serviços que devem atendê-lo»
Se este objectivo da página nunca foi inteiramente satisfeito por falta de meios postos à disposição do coodenador, o propósito continua vigente e o tempo apenas tem confirmado a sua cada vez maior necessidade.
[Para quando um «pivot» que sirva de intercomunicador informativo entre os cidadãos e os serviços do qual ele depende?
Transcreve-se a seguir o que se dizia nessa nota d« A Capital».]

8 - Na perspectiva da «informação ao consumidor», os efeitos adversos dos medicamentos e outras enfermidades iatrogénicas» constituem um capítulo suficientemente vasto e complexo para merecer tratamento pormenorizado.
É mesmo de estranhar que não tenha sido criado um «banco de dados» numa área onde esses dados são milhares e qualquer deles com interesse para o consumidor, visto que é ele o principal destinatário, o principal objecto da produção medicamentosa e médica em geral.
Se a informação ao consumidor só muito rara, superficial e esporadicamente aborda o campo da iatrogénese, deve-se o facto,  por um lado, à retracção das fontes que podem dar essa informação e, por outro, à pressão do poder farmacêutico sobre as instituições em geral e os «mass media» em particular, de modo a minimizar os aspectos negativos dos medicamentos.
A provar a importância informativa deste capítulo - a Iatrogénese- apresentam-se algumas obras de fundo que o analisam sistematica e exaustivanmente:
-«Reacciones adversas de los Medicamentos y enfermedades yatrogénicas»
-«Dictionnaire Critique des Médicaments»
-«Nocividad de los Antibióticos»
-«Les Effets Indésirables des Médicaments»
No campo da reflexão filosófica, cita-se a obra clássica de Ivan Illich, que apareceu em língua portuguesa com o título «Limites para a Medicina» (Editora Sá da Costa)
É de notar que, em área tão polémica e bombástica como esta, a «informação ao consumidor» não tem que tomar partido na polémica pois, como toda a informação, é de noticiar factos e apenas factos que se trata.

9 - Como se pode ver pelo anúncio publicado n« A Capital», por ocasião do II Congresso Holístico de Saúde, cerca de 50 firmas participaram na II Feira Nacional de Produtos Naturais ali efectuada.
Este número parece significativo da importância relativa que as «artes holísticas de curar», à margem da medicina, começam a ter, independentemente do fenómeno que está ainda para surgir: a invasão que se prevê de terapeutas holísticos, de países europeus, em 1993, ao abrigo do mercado único.
Até lá é previsível que a tendência desta área de consumos seja para aumentar e, consequentemente, as motivações que vão dar notícia e o público a procurá-las.

10 - O número de médicos participantes no I Festival de Vida Natural realizado no Forum Picoas, em Lisboa, de 13 a 15 de Novembro de 1987, comprova que muitos são já os médicos abertos às alternativas naturais, sem medo de se apresentar em público a defender opções pouco ortodoxas para a Ordem dos Médicos.
A entidade que promoveu este festival, Associação Portuguesa de Alimentação Racional e Dietética, é por sua vez significativa da importância industrial e comercial que este sector assume na chamada vida económica do País.
[Nas fotocópias que a seguir ilustram o que aqui se afirma, figura uma lista das empresas participantes na feira que se efectuou paralelamente ao festival.]

11 [texto provavelmente de 1987 metido um bocado a martelo neste relatório?] - Embora latente e dispersa em algumas publicações, a íntima e profunda conexão entre «saúde» e «segurança» dos cidadãos, apesar de tão óbvia não foi ainda consciencializada como vector fundamental de qualquer política de saúde, já que se considera utopia a sociedade alternativa que vem a desenhar-se na mente dos profetas e ecologistas, onde essa relação será de perfeita e completa identidade. Uma coisa é a outra. 
Este é, no entanto, o momento de evidenciar evidências, de mostrar o óbvio, quando há poderes e entidades interessados, como dizem os brasileiros, em tapar o sol com uma peneira.
Para evidenciar o óbvio, ou para mostrar as evidências, nada melhor do que um projecto editorial estruturado nessa linha de realismo e bom senso que exemplifique, na prática, o que em teoria muitos se recusam olhar e ver.
O fenómeno que se tem vindo a passar em Portugal, no âmbito das publicações ditas ecologistas, é verdadeiramente desastroso e lamentável, devido exactamente a essa miopia mental que ataca tão boa gente.
Uma a uma, as publicações entram em falência, ainda que potencialmente se julgue haver (e há realmente) um mercado para essas ideias e essa movimentação de ideias.
Porque falham, então?
A meu ver, por estrabismo ideológico e por falta de senso das evidências e de bom senso, ou seja, realismo.
A meu ver a falta de profissionalismo ( o amadorismo no pior sentido do termo), a falta de realismo [e a falta de coordenação entre todos os serviços que intervêm numa publicação], pode explicar esse sistemático fracasso: isto, se não quisermos ir para aquele tipo de explicação que, explicando tudo, nada explica afinal e que é a crise e o facto de estarmos em Portugal.
Ora este fracasso sistemático é duplamente deplorável: não só porque, por um lado, leva os promotores, uma vez falidos, a cenas de histerismo verdadeiramente patéticas e eventualmente chocantes, procurando bodes expiatórios no primeiro cidadão ou jornalista que topem no horizonte; mas porque, por outro lado, muitas falências acumuladas em uma área tão acusada de utópica pelos inimigos, dá armas à reacção e pode levar a comprometer a ideia que aí se joga.
Mais uma vez e sempre por falta de realismo.
É tempo de os fazedores de revists ecologistas se submeterem ao mínimo de regras de jogo que uma publicação impressa hoje exige e a experiência ensina.
A ecologia aos ecologistas e os jornais aos jornalistas. É tempo de dar o seu a seu dono.
[ Não caberia na cabeça de ninguém que, por exemplo, o jornalista entrasse no consultório do senhor doutor, médico em medicina e se sentasse à sua secretária atendendo os pacientes doentes... No entanto, muita gente está sempre entrando pelo consultório do jornalista dentro e ainda refilam.

 - [ este texto alusivo a um outro de 1985, poderá ser colocado no fim da prosa ou onde fique mais adequado] -[«Segredo de Polichinelo» chamava eu ao projecto de uma mini-agência noticiosa, para a qual me desafiou um primo que eu tenho e que é capitalista abastado.
Como continua actual a nota indicativa que então escrevi, descrevendo afinal a «simplicidade» do projecto (e daí ser ele um verdadeiro ovo de Colombo), merece a pena reproduzi-la aqui.]

12 - Quem desce as escadas de acesso ao restaurante da Cooperativa Espiral, na Praça da Ilha do Faial, 14-A, em Lisboa, verifica que a parede se encontra totalmente forrada de notícias sobre cursos de ioga, congressos de agricultura biológica e de medicinas naturais, colóquios sobre budismo e astrologia, cursos de acupunctura para médicos, consultórios de homeopatia, tratamentos por Oligoterapia, etc.
Este autêntico «jornal de parede» revela que uma relativamente importante área de actividades «underground» têm que recorrer à comunicação parietal (ou mural, como na Revolução Cultural da China), na falta de um órgão intercomunicador que veicule esse noticiário.
A secção de Livraria, no referido restaurante Espiral, apresenta um naipe de temas que é certamente único - pela coerência das matérias integradas - no mercado livreiro português.
Isto a que chamamos «área unificada» ainda por definir não será já um sector amplo de público que consome temas e títulos como os que aí se apresentam, mas que essa livraria exista com as características que tem é, pelo menos, revelador de um interesse em expansão por assuntos ainda mal pressentidos pela  maioria.
Esta livraria movimenta todos os dias importantes somas, o seu stock renova-se constantemente e a tendência é, sem dúvida, para a expansão e o crescimento de um público a que, à falta de melhor, chamaríamos também «underground».
[Vale a pena, por isso, lembrar as áreas temáticas em que esta livraria se encontra classificada e que confluem na inevitável designação de «holística».]

13 - A realização, em Brasília, do I Congresso Holístico Internacional, de 26 a 29 de Março de 1987, encorajou mais um projecto que chegou a ser delineado com o título «Actualidade Holística - Notícias do Mundo Ecologista/ Ano Europeu do Ambiente».
Uma fotocópia do «fac-simile» que se projectou como primeiro número dessa «actualidade holística» resta como a única realidade de mais um projecto que ficou perdido.

14 - Divulgada através do jornal «Ecologia em Diálogo», na Primavera de 1982, a Agência de Informação Ecológica anunciava os seus objectivos «a médio e longo prazo» em 10 pontos, revelando que desejava manter as melhores relações com jornais, serrviços, projectos, organismos, grupos e associações que prosseguem idênticos objectivos de independência e alternativa aos monopólios culturais e informativos vigentes.»
Esta Agência de Informação Ecológica (AIE) era ainda apontada como pivot de um projecto mais vasto e ambicioso, a Rede Alternativa de Intercâmbio Informativo, sobre a qual, na altura, foram igualmente divulgados, em pormenor, os parâmetros de composição e funcionamento.
Um folheto de papel amarelo com centena e meia de exemplares de tiragem foi igualmente divulgado, em Março de 1982, sobre a referida Agência de Informação Ecológica, que se dizia em «fase experimental» e se definia também como «serviço noticioso da actualidade ecologista para órgãos de informação que o solicitem.»
A rubrica «Grupos em Movimento», retomada, anos mais tarde, em 1986, no jornal «A Capital», aparecia pela primeira vez em prática no próprio jornal «Ecologia em Diálogo», que se fazia assim o primeiro cliente e utilizador da referida Agência de Informação Ecológica.
Sublinhava-se, na altura, que as notícias de «Grupos em Movimento», fornecidas pela AIE, eram em «primeira mão», como seria de esperar de uma agência ainda que mini e de carácer artesanal...

15 - A companhia de seguros «Europeia», depois de apoiar, em meados de 1985, a realização em Lisboa do Congresso de Medicinas Naturais, mostrou-se interessada em apoiar outras iniciativas que dessem background às modalidades de apólices que, na área da saúde, aquela companhia tinha interesse em promover.
Face a esta abertura, foi planeada uma «revista mensal de actualidades terapêuticas», com o patrocínio da «Europeia», uma revista que - conforme se dizia no projecto -«embora modesta restitua às terapêuticas paralelas a imagem de dignidade e rigor científico que recentes acontecimentos abalaram.»
Aludia-se, no projecto, a um «tema forte que, em cada número da revista, estaria relacionado com um aspecto do já hoje vasto mercado da Naturoterapia.»
Sugeria ainda o projecto a elaboração simultânea de um «boletim noticioso» quinzenal para a Imprensa, em papel timbrado da Europeia e com o subtítulo «noticiário patrocinado pela Europeia».
Sugeria-se também a hipótese de uma «página semanal num jornal diário, página que aproveitaria o noticiário do referido boletim».
Note-se que, na altura, o semanário «Tempo» começou a publicar um suplemento, em princípio mensal, de terapêuticas alternativas, explorando fundamentalmente a publicidade do ramo.
Publicavam-se em Portugal, na altura, 4 revistas ditas «naturistas» (desgnação infeliz mas generalizada) más ou muito más e com pouco público, vendendo-se também uma brasileira - «Saúde» - formato selecções.
É esta praticamente a única que continua a aparecer nos escaparates, ficando demonstrado, mais uma vez, que há público mas que só uma revista brasileira consegue servir esse público... 

16 - «Guia de Vida Alternativa» é o título do livro publicado no Rio de Janeiro, em 1987, em 1ª edição, reconhecendo, com um título aliás feliz, a existência da «área unificada» de que se tem vindo a falar neste relatório.
Subintitulado «uma síntese dos métodoa alternativos usados no Brasil mostrando as práticas e seus devidos endereços», o livro corresponde às necessidades de um público consumidor sui-generis e confirma um mercado também sui-generis.
Na Primavera de 1985, fora publicado um livro de 450 páginas, um «guia alternativo para auto-suficiência e consciência planetária», denominado «Almanaque pés descalços», designação evocativa dos médicos tradicionais chineses, e igualmente reveladora de uma área, de um público e de uma gama de necessidades informativas.
Em 1983, um grupo do Porto propunha-se organizar o «Portu-Guia», o livro do Portugal alternativo», projecto que não teve concretização editorial.
Em França, é conhecido o «Annuaire Vert», definido na respectiva publicidade que é feita em revistas francesas como «fonte preciosa de indicações para o particular, que encontrará ali endereços de: restaurantes, pensões vegetarianas, pousadas rurais, lojas especializadas em França, Suiça, Bélgica, Luxemburgo, agricultura biológica, ervanárias, medicinas doces (estágios, seminários, cursos), desporto e saúde.»
Diz ainda a publicidade que o «Anuário é útil para «produtores, fabricantes, distribuidores, grossistas, importadores, retalhistas, ervanários, farmacêuticos, etc.
[Quando propuz a uma conhecida editora portuguesa a realização de um «anuário» idêntico para Portugal, com base em material que tenho vindo coleccionando, com esse objectivo, respondeu-me a editora: «gostaríamos que nos fossem facultados mais elementos que nos permitam analisá-la».]

AGÊNCIA NOTICIOSA ECOALTERNATIVA
FONTES NOTICIOSAS POR EXPLORAR

16 - Conforme se pode ver no boletim da Direcção Geral de Higiene e Segurança no Trabalho, publicação mensal de distribuição gratuita mas de circulação em meios muito restritos, são numerosas as actividades « de interesse humano» que se desenrolam em áreas como:
-Resíduos perigosos
-Cancro ocupacional
-Toxicologia
-Higiene industrial
-Vibrações nos postos de trabalho
-Epidemiologia dos riscos em meio profissional
-etc.
Mais nenhuma publicação em Portugal dá nota detalhada ou sequer genérica dos acontecimentos e manifestações que, apesar de tudo e apesar de a medicina não ter interesse nenhum nisso, nem sequer na sua «medicina do trabalho», se verificam na área designada de «higiene e segurança do trabalho».
A Segurança em outras áreas da vida quotidiana é igualmente matéria omissa das habituais fontes noticiosas, o que leva a pensar numa área «inexplorada» (para não dizer tabu ou proibida) como matéria de actualidade, área que integre a mais vasta designação de Saúde Pública e Ecologia Humana.
A provar que á área de «segurança» (individual e social) não está inactiva, estão por exemplo as 10 páginas que a rubrica «seguros» ocupa na Lista Telefónica Nacional (Páginas Amarelas) 88/89, com centenas de nomes de companhias seguradoras...
Companhias a quem o tema da segurança, haja ou não catástrofe no Chiado, importa sempre agitar, nem que seja com falsos alarmes...

17 - Outras fontes informativas internacionais em plena actividade se podem assinalar na sequência do que se disse para o CIDOC.
A Fundação internacional para Alternativas ao Desenvolvimento, por exemplo, com sede em Nyon (Suiça) publica, de dois em dois meses, o boletim «IFDA dossier» que, além de «Notícias do Terceiro Mundo», informa ainda sobre «espaço regional» e «espaço global» nas matérias de que se ocupa.
[Se se quisesse impressionar pela quantidade como argumento de peso para convencer a [Infoplus] a especializar a área do «ecodesenvolvimento» e das «ecoalternativas» (a que também já se chamou «arquipélago convivial») bastaria mostrar a lista de endereços que, por ordem alfabética do nome das organizações, o dossier da Fundação Internacional para Alternativas ao Desenvolvimento (IFDA) apresenta nos seus últimos números de 1988.]
[Parece-nos bastante significativa essa lista que a seguir se reproduz em fotocópia:]

18 - Fonte internacional de notícias sobre ecologia política e social, é o boletim «Univerte» publicado regularmente pela rede europeia de ecologistas designada «ecoropa».
Com sede em Genebra e actualmente organizado por Andréa Finger, Matthias Finger e Nanik de Rougemont, o boletim «Univerte» fornece informações de interesse público sobre as actividades que, em diversos países da Europa, exercem os elementos seus delegados.
[Listas com nomes desses delegados juntam-se em anexo em fotocópia ]





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