ESPÓLIO AC 2006
06-02-17-ac-cf
FALANDO DOS MEUS SITES E BLOGS
EM JEITO DE AUTO-CRÍTICA
sexta-feira, 17 de Fevereiro de 2006
C.F.M.L.:
Não sei se te enviarei este diário sob a forma de carta que te é dirigida. Mas facilita-me as ideias sobre o que temos conversado por e-mail e ajudará a minha própria auto-crítica (se for caso disso) ou um simples trabalho de balanço pessoal a que às vezes é preciso recorrer.
Balanço pessoal é o que estou fazendo com a publicação diária dos meus 7 sites+sete blogs e por isso este diário é também sobre algumas das particularidades que tenho em mente nessa publicação.
Continuando portanto a falar-te do meu «balanço pessoal», enquanto não chegar aos sete – número mágico! – itens que me definem, não descanso...
Já te falei de três:
Dispersão = labirinto holístico
Ignorância = inocência original (semelhante à dos animais e crianças)
Choro = compaixão em buda
Registo hoje mais 3:
Medo
Serenidade
Gratidão
*
Uma grande verdade que alguns amigos me fizeram sempre ver – Prof. Gomes Guerreiro, o José Carlos Marques e tu próprio – foi a linguagem grosseira – às vezes desbragada – com a desculpa (implícita ou explícita) de que a violência contra o ambiente e a vida tinha que ser denunciada com palavras violentas, ou seja, com linguagem grosseira, dita de carroceiro ou de caserna.
Hoje, aproveito a publicação desses textos para os expurgar de alguns palavrões indecentes, que a mim próprio hoje me repugnam e incomodam e que de todo já não perfilho.
Perfilho, sim, o conselho amigo que várias vezes me chegou dizendo que a linguagem grosseira retirava eficácia à denuncia ou crítica ou lá o que era que eu pretendia (e o que era?).
*
Transitando do ponto 1 – dispersão – para o ponto 2 – ignorância – compreendo a explicação que dás da referência do Miguel Bastos Araújo à minha ignorância e sem querer fingir que não fiquei perturbado também quero sublinhar sem hipocrisias que lhe estou grato.
Da tal referência do Miguel Bastos Araújo, em 2002, - « com o devido respeito mas o Afonso Cautela é um ignorante» - posso fazer várias leituras e ter várias reacções.
Mas talvez prefira aquela que se resume em outro dos meus itens favoritos e que mais fidedignamente me espelham: «gratidão, oxigénio da alma», frase de que aliás reivindico a autoria.
Seria a síntese que pode muito bem servir para a minha lápide (e já tenho outra: «choro sempre que posso», mas essa é do Richard Gere).
Aqui fica, enquanto não tenho lápide.
No momento em que te escrevo, como não me doem os intestinos, é para mim um dia feliz e posso afirmar que não desejo tão cedo essa lápide.
Não sei se amanhã, por exemplo, pense assim.
Quando no teu mail me falas da minha dispersão como «virtude», penso que não aceitas muito bem o repositório de bloco-notas que são a maior parte dos textos inseridos nos meus blogs e sites.
Tenho evitado os textos mais estruturados porque, regra geral, são muito mais longos e ocupam mais memória nos meus hospedeiros que me oferecem os megabytes para publicar. Quando pensar num hospedeiro pelo qual pague aluguer, então usarei os files mais longos.
Quando encher os meus alojadores grátis, terei que pensar em alugar e nesse caso poderás transmitir-me a tua própria experiência com o alojador de «ver ao longe».
Em certa altura pensei recorrer à oferta de um Giga no Yahoo-mail mas deixei ficar em stand by para me ocupar da minha actual prioridade em termos de disciplina diária de trabalho: a actualização dos meus sete sites e sete blogs.
Os textos longos, tenho-os separado para um destino final diferente: talvez um CD, ou coisa semelhante.
*
CRONOLOGIAS = 7 SITES + 7 BLOGS
Não sei se já disse mas a minha actual empreitada (empreita é mais bonito) é baseada nos files em cronologia.
Explicando melhor em que consistem essas «cronologias», digo-te que um dia concretizei algo de «monstruoso»: aos milhares de files com milhares de títulos, coloquei novos nomes por datas, do estilo:
92-02-15-ml>
em que as duas letrinhas anexas significam um código definidor da linha temática (ou directório, como acho que se chama às pastas temáticas).
Assim uniformizada a minha produção por datas, posso agora sobre esses milhares de files ir seguindo, dia a dia e aproveitando esta ordem (cronológica) de files por datas, disciplinar, dia a dia, o trabalho de actualização dos tais 7 sites + 7 blogs.
Até Outubro tenho que prosseguir esta empreitada que comecei em Outubro, até que haja espaço nos alojadores. Ficaria talvez desesperado se o espaço me faltasse a meio, sendo obrigado a desistir desta meta que me impuz: completar a roda do ano das minhas cronologias.
Quanto ao destino final de toda esta empreitada, gostaria de te dizer, em primeira mão, que a minha ideia é «comercializar» o projecto 7 sites+7 blogs e para isso talvez vá mesmo para o tal site «unificado» (com frames e tudo, embora saiba que os frames complicam o trabalho no Front Page) de selecção final, como por duas vezes já me sugeriste e que – devo dizer-te – levo muito a sério. Mas não para já, só para depois do ano – Outubro a Outubro – cumprido.
Nesse projecto último penso numa para mim dificuldade técnica: gostaria de colocar em leilão (a ver quem dá mais...) a minha «Biblioteca do Gato» (o projecto 7+7 é inseparável desta Biblioteca do Gato e de todo o meu espólio) e só vejo aqui no computador um programa capaz de o fazer: a base de dados Access, sobre a qual tenho algumas dificuldades de manuseio, é, apesar das aparências, um projecto «fechado», definitivo, sem a flexibilidade do site: obrigaria esse projecto a uma ordenação das minhas exigências a quem ficar como derradeiro escrutinador do meu espólio.
Estou apenas a divagar, pois como te disse, até Outubro vou completar esta empreita das cronologias=7 sites+7 blogs.
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