domingo, fevereiro 03, 2008

FUI SEMPRE IGNORANTE

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quinta-feira, 16 de Fevereiro de 2006

O LINCE E O MIGUEL BASTOS ARAÚJO:
VEM AÍ O CARNAVAL

Já me tinha esquecido que vinha aí o Carnaval. E desta vez foi a indescritível net a fazer-me caretas e a refrescar-me a memória.
Afinal o Miguel Bastos Araújo já em 2002 me conhecia há 25 anos!
É obra. E obrigado.
Afinal, para os universitários que monopolizam todo o saber, fui sempre um ignorante. Porque de facto fui sempre um ignorante e nem digo graças a Deus!
Ignorante mesmo do lince, que eles tanto amam!
Não fosse o lince e a minha ignorância, como teria sido possível sobreviver aos universitários que, poderosos, continuam absorvendo todo o ar respirável?
Não sei o que é que a Net-etiqueta manda em casos destes mas talvez se consiga uma cláusula que impeça os cibernautas de se canibalizarem uns aos outros.
Transcrevo agora o texto de Miguel Bastos Araújo que fui encontrar casualmente na Net e que data de 2002, nos ambio archives: só a net (melhor dizendo o Google) podia guardar o que os próprios arquivos da Ambio não guardam, de tão antigas coisas.
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««To: ambio@uevora.pt
Subject: [ambio] Re: O alcance dos linces
From: Miguel Bastos Araujo
Date: Fri, 01 Nov 2002 21:11:16 +0000 (WET)
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Citando AEloy :
"Porque haveríamos de nos preocupar menos pela diversidade das Culturas humanas que pela diversidade de espécies animais ou vegetais?"
«Em última análise a dicotomia que apresentas é: devemos preocuparmo-nos mais com a variedade intra-população, ou com a variedade inter-espécies. A minha resposta é clara: existe um gradiente de insubstituibilidade. Se desaparecer uma espécie, desaparece uma unidade de evolução. Se desaparecer uma população, desaparece uma expressão concreta de diversidade mas mantém-se a capacidade evolutiva para que a espécie [neste caso o Homem] continue a gerar diversidade [neste caso cultura].
«Logo, numa escala de prioridades, preocupo-me mais com o desaparecimento do Lince do que com o desaparecimento, por exemplo, de um qualquer dialecto de uma qualquer região fronteiriça. O dialecto pode ser recuperado (exemplos na Escócia, Catalunha, País de Langue-doc, etc), o Lince não.
"Será o lince assim tão importante, para que se gastem fortunas a salvá-lo (recordo o Afonso Cautela que há 25 anos clamava que só existia em
autocolante!!!) ou dever-se-ia desenvolver um programa de reprodução em
cativeiro, com esse [---], apesar dos animalistas, e investir na regeneração
dos seus espaços e daqui a uns anos relançá-los na natureza".
«Não creio que haja dúvidas quanto à importância do Lince. Que mais não seja porque muita gente parece importar-se com o assunto. Poderá, no entanto, haver dúvidas quanto à melhor forma de investir recursos, que são escassos, em medidas concretas de conservação. Mas essa é outra conversa.
«Quanto ao Afonso Cautela, com o devido respeito, não percebia nada do assunto.
«Miguel Araújo
Arquivos: http://neptuno.uevora.pt/ambio/threads.html
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